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Quando iniciar o rastreamento do câncer de mama? E quando parar?

Quando iniciar o rastreamento do câncer de mama? E quando parar?

Por: Dra. Discíola Dantas.

 

A mortalidade pelo câncer de mama está em ascensão no Brasil, diferente de vários países com programas organizados de rastreamento. A doença incide principalmente nas mulheres entre 50 e 70 anos, entretanto, no Brasil observa-se uma tendência de elevação do acometimento em mulheres abaixo dos 50 anos, já que cerca de 40% dos diagnósticos ocorrem nessa faixa etária, de acordo com dados publicados pelo Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).

O rastreamento é uma avaliação periódica que tem o objetivo de identificar o câncer no estágio mais inicial, passível de cura, quando ainda não se percebem os sinais e sintomas da doença.  Nesse contexto, os exames de imagem são fundamentais. Mas com que idade devemos começar a fazê-los e em que momento parar?

A mamografia é o exame mais importante e que demonstrou em diversos estudos um impacto significativo na redução da mortalidade por câncer de mama. Na população em geral, recomenda-se realizar o exame anualmente para as mulheres entre 40 e 74 anos, de acordo com diversas entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Mastologia. A partir dos 75 anos, deve-se manter a periodicidade para as mulheres que tenham expectativa de vida maior que 7 anos. Diante de um contexto de saúde mais comprometido, sugere-se considerar os benefícios do rastreamento para decidir sobre a manutenção do mesmo.

A ultrassonografia está indicada como complemento da mamografia nas mamas densas, que é uma característica anatômica da glândula mamária de cada mulher, sendo bastante frequente. Nessas mulheres, a visualização de lesões através da mamografia pode ser prejudicada e a ultrassonografia torna-se fundamental como adjunto para aumentar a acurácia do rastreamento.

A tomossíntese, ou mamografia 3D, é uma evolução da mamografia digital, e permite uma avaliação mais acurada da mama, sendo demonstrado em várias publicações que o método consegue aumentar a detecção do câncer em até 50%, devendo ser utilizada para o rastreamento para o câncer de mama, quando acessível.

Quando uma mulher é considerada de alto risco para desenvolver o câncer de mama, como naquelas com histórico familiar importante, faz-se necessário intensificar o rastreamento, antecipando o início da realização dos exames para os 25 a 30 anos. A ressonância magnética é o principal exame nesse contexto e a ultrassonografia deve ser utilizada quando o primeiro, por qualquer razão, não puder ser realizado. Nesse grupo, a mamografia está deve ser realizada anualmente a partir dos 30 anos de idade.

O rastreamento periódico permite a detecção precoce e beneficia as mulheres com cirurgias menos mutilantes, aumenta as possibilidades de cura, reduz os custos finais do tratamento e mantém economicamente ativa uma faixa importante da população.

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